terça-feira, 15 de junho de 2010

Primeira parada: Itália

Então, devido a assuntos pessoais a serem tratados minha passagem do Brasil não foi para Frankfurt e sim pra Milão Malpensa, na Itália.
No aeroporto de São Paulo já tive uma surpresa ótima. Ao requerer que minha passagem fosse trocada para um lugar na saída de emergência (tenho 1,75 e pernas compriiiiiidas) a tiazinha me informa: “olha que sorte a sua, temos vaga e não vai lhe custar nada pra trocar o seu lugar” e eu “como assim custar?” “é que a partir de amanhã será cobrado 50 euros a mais pra quem quiser ir na saída de emergência”. Bóh! Me dei bem!!! Pra que não conhece a saída de emergência de um Boing 747: é um lugar enorme! Huahuahuahuahua Caraca, cabia dois metros de perna ali. Só tem a cadeirinha da aeromoça na frente, mas ela só usa pra pouso e decolagem então foi tranquilo de viajar.
Mas aí, o universo tentando equilibrar o karma me coloca um retardado de um brasileiro filho duma mãe gorda no meu avião. Esse querido brasileiro resolve fumar, sim eu escrevi fumar, dentro do avião quando este estava em vôo de cruzeiro. Eu, que estava vendo filme e tinha meu lugar próximo ao banheiro, logo notei algo de estranho quando essa “criatura” saiu do banheiro. Eu não gosto de cigarro. Com enfâse. E tenho nariz treinado pra sentir cheiro dessa desgraça. Obviamente eu avisei a aeromoça que foi lá dar um pitão no rapaz...e aí o que foi que o bonitinho fez? Fingiu que não foi ele! (!?!?!) Detalhe básico: ele estava fedendo, pausa: fedeeeeeeeeeeeeeeeeeendo, a cigarro. E a aeromoça sabia que ele era brasileiro porque ela lembrava dele quando ele pediu vinho e cerveja pra tomar na hora da janta. Nessas horas que eu penso: putaquepariuquemerda! Deve ser um pobre loco maldito que nunca andou de avião e resolveu aproveitar pra “encher a cara de graça” no avião e ainda por cima me fuma no banheiro achando o quê? Que tava no busão? Dio santo. Deveria ter uma saída de emergência pra jogar ignorantes de pára-quedas pra fora do avião.
Enfim. Após 12 horas de vôo cheguei na Itália. Saí do Brasil tava friozin, pra jaquetinha assim...chego em Milão: 34 graus. Calor pra caramba.
Aaaaaaah a Itália. Esqueça todos os filmes no estilo poderoso-chefão, casinhas idílicas no campo ou velhinhas praguejando em italiano. Na Itália o que tem mesmo hoje em dia é marroquino (ou turco, otomano, ou sei lá que diabos é a origem dessas pessoas).
Logo no aeroporto eu tento pegar um elevador, afinal eu estava com malas nada amigáveis pra carregar, logo, peguei um carrinho...de repente eu noto que o elevador estava travado e tinha pessoas dentro!!! Eu tenho medo de elevador e me coloquei no lugar das pessoas, tipo, que merda sabe? Ai eu, no meu super italiano índio tento me comunicar com um tiozinho de alguma raça acima supracitada pois ele estava com um uniforme estilo “eu trabalho no aeroporto” pra avisá-lo de que o elevador estava com problemas. Pra minha total surpresa ele se esforçou pra entender o que eu dizia e entendeu. Fiquei bem feliz e pensei: “tá agora ele vai liberar as pessoas do elevador ou chamar a assistência”. Não, o querido tiozinho me dá uma olhada daquelas e com um grande sorrisão pergunta daonde eu sou, e logo completa: Da Romênia? PutaquepariuparteII. Pra quem não sabe romenas tem um status digamos de “mulher de vida fácil” aqui na Europa. Eu respondo educadamente que não, sou do Brasil e pergunto se ele não vai liberar as pessoas do elevador e ele: “não, deixa eles aí, daqui a pouco a porta abre” Oh Dio Cristo.
Daí beleza né...achei o lugar que eu tinha que pegar o ônibus pro centro da cidade, peguei o tal do ônibus e cheguei na estação central de Milano (Milão em italiano). Desço do ônibus e de repente encontro um ser humano das raças acima supracitadas segurando minha mala!!! Tipo “quer que eu carregue pra senhora já estou colocando no carrinho?” E eu, do alto das minhas 12 horas de vôo, com fome, sono, com um calor do caralho respondo educadamente: “não obrigada” e ele insiste, não largou minha mala, dai eu perdi a vontade de ser educada, saiu um “tira a mão da minha mala seu merda, não quero, não não não” no bom e velho português. Ele não deve ter entendido bulhufas do que falei, mas minha atitude ficou bem clara porque o maldito soltou minha mala na hora. E eu ainda tinha que pegar o trem pra Verona. Como eu já tinha vindo pra Itália antes sabia como a coisa funfava e tal. Pô, belezinha né. Olhei meu horário no quadro de “Partenza”, olhei o binário e vi que saia um trem dali a 17 minutos. Fechou. Cheguei no carinha da venda de tickets e mandei o meu italiano perfeito pra essas situações. Disse que queria o trem regional (categoria mais barata na Itália) pro horário X. E o tiozinho pra testar minha paciência: “mas o horário X faltam só 15 minutos, porque você não compra o EuroCity (categoria mais cara) ou o Eurosupercaro (categoria mais cara ainda)?”. Ai vida! Agora você acha que meu italiano índio dava conta de explicar pro tio que eu queria o mais barato porque era mais barato? Lógico que não. Ai só mandei o “porque eu não quero, quero o regional” e entreguei o dinheiro. Pronto. Tiozinho me vende a passagem e eu vou feliz pegar o trem assim, logo ali, ali no binário (plataforma) 14. Putaquepariuqueraivadeserpobre! O tal do binário ficava longe pra caramba de onde eu comprei a passagem, e eu tinha que carregar duas malas comigo, e tinha 13 minutos pra fazer isso. Agora imagina a cena linda: Kaline correndo pela estação com duas malas só falando “scusi”. Mas eu consegui pegar o trem!! Hehehehe Achei o meu lugar, sentei e dai? Pô, dai eu ri pra caramba do meu jeito desajeitado né. Eu já tinha extravasado toda minha raiva nos tiozinhos, aí só sobrou alegria.

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