quarta-feira, 30 de junho de 2010

Bicicrôcréta!

Comprei uma bike aeeeeeeee!!!


Bunitinha né? :)
Foi no Flohmarket (tradução livre: mercado de pulgas, infos em: http://www.breminale.de/Flohmarkt.html). É uma feira que tem aqui todo domingo onde se vendem desde quinquilharias a televisores. Usualmente é no pátiozão atrás da Hauptbahnhof ou, se não for lá, é em um tal de Hansa Carré (algum lugar no caminho para Sebaldbrück). É dominado pelos turcos e reza a lenda que boa parte das mercadorias expostas lá é de origem duvidosa, leia-se, roubada. Roubada ou não, achei uma bike pra mim.
Ela é rosa e preta, tem marcha e eu paguei 35 € por ela, mais 5 € pelo cadeado. Achei barato comparando com o Brasil, mas a bike é engraçada. O namorido tinha comprado uma bike antes de mim (ele chegou aqui uma semana antes) e a bike dele é, na minha opinião, muito pequena...sabe aquela bike aro 26 do Brasil? Algo parecido com isso. Tem marcha, freio a disco, o caralho a quatro, mas é pequena. Daí eu experimentei a dele e não gostei e fiquei me cagando de comprar uma pequena também. Resolvi imitar os alemães e comprar uma bike grande. Resultado: comprei uma bike grande demais...ahuahuahuahuahu Cara! Meu pé não encosta direito no chão quando eu paro e fazer curvas com ela é muito diferente, porque ela tem aqueles guidões mais altos sabe? Aí esquece jogo de corpo pra fazer curva, isso não existe, o guidão vira antes de você! Hehahehe Eu dou risada mental toda vez que embarco nela. A parte boa é que você fica com as costas bem eretas, o que pode facilitar a minha vida já que as minhas costas são de um compósito à base de isopor e papelão. Rá!
E ela tem luzinhas ativadas por um dínamo que fica na roda traseira...só que ele tava meio baleado e só vimos isso quando chegamos em casa, resultado, quando boto o dínamo na roda ele faz um barulho do caramba! Kkkkkkkkkkkk Parece que tem um copo de plástico no aro. Mas olhando pelo lado positivo: pelo menos eu aviso que tô chegando, assim todo mundo sai da frente e meu caminho fica mais livre ainda! Tu-dunts!
Foda é o frio matinal. Tá estourando minha garganta. Alguém partilha da situação em que parece que você não consegue respirar porque o ar é muito frio? Alguém? Alguém . . . cri cri . . . :( Mas eu tô me esforçando pra acostumar. Bike é o que há! Já economizo na “acadimia” dae...ou não! Hehehehe

terça-feira, 29 de junho de 2010

Fahren!

Fahren, numa tradução tosca e básica: andar. Adicione o prefixo que quiser: rad, füß, auto e seja feliz. Aqui é muito, mas muiiiiito mais fácil de se fazer do que no Brasil.
Bremen tem uma estrutura muito legal de ônibus combinada com os straßen-bahn (algo como um bondinho, mas mais rápido), o que facilita muito sua vida. Combine isso com a pontualidade dos alemães, pronto, um sistema de transporte bom pra caceta. A primeira olhada no mapinha de transporte (http://www.bsag.de/_Linienuebersicht_2010_.pdf) pode assustar, mas logo logo você se acostuma. Tirando os horários noturnos que são mais esparsos, eu posso me arriscar a dizer que você nunca vai esperar mais de 15 minutos por um transporte. Da minha casa por exemplo eu tenho a opção de pegar um s-bahn até a parada seguinte, onde tenho várias opções para ir ao instituto, ou ir até a Hauptbahnhof (estação principal) onde tenho várias opções pra ir pra qualquer lugar. O legal aqui é que você não precisa ter medo de pegar 4 conexões por exemplo, porque elas muito provavelmente irão chegar no horário e terá lugar pra você sentar. Eu acho até engraçado porque a galera aqui é muito lenta pra fazer as coisas (tipo entrar e sair do bahn, achar lugar pra sentar)...meu, se esse povo pega um UFSC semi-direto no horário de pico morre. Sério. Morre esmagado, pisoteado só tentando entrar na porta. Sentar então? Pffffffff Tá de brincadeira né? Aqui, dependendo do ônibus, o motora espera você sentar pra arrancar. No Brasil ele mal espera você entrar. E tudo isso por 34,50 € mensal (ticket de estudante). Infelizmente não vamos conseguir o semester ticket, que é um ticket que te permite andar pra todo lado até cidades vizinhas, pra esse semestre (aprox. 105 €), porque o semestre já está no meio e ai teríamos que pagar duas matrículas: de agora até Out e de Out até Março o que totalizaria 440 €! Ainda assim 35 € é muito barato se você pensar em distâncias e opções de transporte.
E ainda tem o sistema de ciclovias. Aqui boa parte da cidade possui ciclovias, elas ficam junto a calçada de pedestres e tem tijolinhos vermelhos, facilitando a identificação e muiiiiiiiita gente usa bike. Pra eu que gosto de bike é um sonho. Ter o caminho livre pra você andar!! Mas tem que tomar cuidado também. Aqui tem regras pra bikes. Tipo, de noite você tem que usar um farol e uma luzinha traseira, há semafóros pra bicicletas...reza a lenda que se isso for desobedecido você leva uma multa federal. Bom, eu não sei de nenhum caso, mas enfim. Eu acho que seguir as regras do país em que você está morando é algo legal sabe? Você é o estrangeiro, você é o “invasor”, na minha opinião o mínimo que você tem que fazer é respeitar a cultura, o jeito de viver, as “regras” sejam elas explicítas ou não. Aqui por exemplo, a galera respeita o sinal de vermelho de pedestre, mesmo quando não há carro vindo. Meu instinto brasileiro doidão diz pra eu atravessar a rua e ponto, mas eu procuro sempre, atravessar na faixa e com o sinal verde...sei lá, tem gente que vai dizer que eu sou “otária” ou que “brasileiro pega o caminho mais curto”, mas eu tô de boa assim. Gosto de respeitar algumas regras obrigada e os alemães parecem apreciar isto. Sinto que vou me dar bem por aqui! =)

Hallo Deutschland!

O primeiro impacto da Alemanha foi bom. Tá, todo mundo falando uma língua e você entendendo apenas partes disso é meio foda, mas sei lá, eu que quis vir pra cá, ninguém me obrigou, gosto de desafios e estou feliz pacas.
A minha nova casa é bem legal (fotos abaixo). Eu divido um quarto dentro de uma casa. Na casa moram a dona (Sabine de 46 anos) e o filho dela (Felix de 16) e mais uma gatinha bem fofinha. Estou pagando 200 €, com tudo incluso, o que é a média daqui, tudo bem que temos que dividir um quarto (tem gente que paga isso e mora sozinho em um), mas tá bem de boa. Na casa tem tudo, máquina de lavar, secar, lavar louça, liquidificador, tv, milhões de panelas, tudo tudo tudo mobiliado o que facilita muiiiiiiito a nossa vida. E tem uma máquina de café expresso! Imagina qual foi o tema da minha primeira conversa com a dona da casa? Ehheheheheh “como usar a máquina de fazer café expresso”. A Sabine fala inglês bem, o que facilita a comunicação, já o filho só fala alemão, então quando a gente conversa com ele fica meio engraçado. O nível do nosso alemão é básico, então tipo, a gente entende bem se as pessoas falarem devagar e sobre assuntos do cotidiano mas palavras específicas como “aspirador de pó”, que aliás é “der Staubsauger”, eu nunca que ia saber. Eu ainda não consegui soltar o freio pra falar alemão e isso é ruim. Porque você entende as pessoas e quer falar, mas é óbvio que sua pronúncia não é lá essas coisas, pensa num gringo falando português, deve ser igual, só que ao contrário e as pessoas não tem paciência pra esperar porque sabem que você fala inglês. Nessas horas que eu penso: por quê o Brasil não foi colonizado por alemães? Hehehehe

 
 


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Ciao Itália!

Após resolver os problemas problemáticos que surgiram na Itália eu ainda tinha que ir pra Alemanha! E pra isso, precisava de uma nova passagem, já que a GermanWings não me deixou remarcar a minha pois estava muito perto do horário de partida e o “vôo já estava fechado” seja lá o que isso queira dizer.
Aí adivinhe quem me salvou? Ryanair! Sempre né. A passagem não saiu tão barata porque foi comprada um dia antes do embarque, mas pelo menos essa veio direto pra Bremen. Mas nunca subestime o poder de um feriado. Acabei descobrindo que o dia que eu ia embarcar era feriado na Itália. Resultado: tive que sair 7 da manhã de casa pra poder pegar o vôo às 14:30 horas. Levei mais tempo de trem até o aeroporto do que no vôo. Coisas engraçadas.
O bom foi que cheguei em Bremen e meu amorzinho lindo estava me esperando no aeroporto!!! =) E nossa casinha já tava arrumadinha e fofinha. Pô, fiquei muito feliz. Acho que é a primeira vez que eu me mudo pra um lugar e já está tudo pronto pra mim, não tenho que ficar arrumando 489 milhões de coisas ou pensar em “como chegar na minha nova casa sem gastar muito”. Adoro ser mulherzinha nessas horas!

Itália: a saga!

Tive que atrasar minha ida pra Alemanha por causa de problemas aqui na Itália. Ai poxa vida viu!! Chorei pra caramba...pra quem me conhece de verdade sabe que eu raramente choro e em duas situações: ou eu estou com muita dor física ou eu estou com muita raiva. Adivinha qual foi a situação da Itália? Pô, destruí parte do meu fígado de tanta raiva que eu senti.
Pelo menos o lugar que eu fiquei foi muito legal. Uma amiga brasileira muito gente fina me hospedou...e tava calor na Itália, do jeito que eu gosto, poxa, bem melhor que no inverno, a cidade ficou até mais bonita. E eu tomei sorvete!!! Cara, o sorvete da Itália é o melhor que eu já provei até hoje, muito bom mesmo.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Primeira parada: Itália

Então, devido a assuntos pessoais a serem tratados minha passagem do Brasil não foi para Frankfurt e sim pra Milão Malpensa, na Itália.
No aeroporto de São Paulo já tive uma surpresa ótima. Ao requerer que minha passagem fosse trocada para um lugar na saída de emergência (tenho 1,75 e pernas compriiiiiidas) a tiazinha me informa: “olha que sorte a sua, temos vaga e não vai lhe custar nada pra trocar o seu lugar” e eu “como assim custar?” “é que a partir de amanhã será cobrado 50 euros a mais pra quem quiser ir na saída de emergência”. Bóh! Me dei bem!!! Pra que não conhece a saída de emergência de um Boing 747: é um lugar enorme! Huahuahuahuahua Caraca, cabia dois metros de perna ali. Só tem a cadeirinha da aeromoça na frente, mas ela só usa pra pouso e decolagem então foi tranquilo de viajar.
Mas aí, o universo tentando equilibrar o karma me coloca um retardado de um brasileiro filho duma mãe gorda no meu avião. Esse querido brasileiro resolve fumar, sim eu escrevi fumar, dentro do avião quando este estava em vôo de cruzeiro. Eu, que estava vendo filme e tinha meu lugar próximo ao banheiro, logo notei algo de estranho quando essa “criatura” saiu do banheiro. Eu não gosto de cigarro. Com enfâse. E tenho nariz treinado pra sentir cheiro dessa desgraça. Obviamente eu avisei a aeromoça que foi lá dar um pitão no rapaz...e aí o que foi que o bonitinho fez? Fingiu que não foi ele! (!?!?!) Detalhe básico: ele estava fedendo, pausa: fedeeeeeeeeeeeeeeeeeendo, a cigarro. E a aeromoça sabia que ele era brasileiro porque ela lembrava dele quando ele pediu vinho e cerveja pra tomar na hora da janta. Nessas horas que eu penso: putaquepariuquemerda! Deve ser um pobre loco maldito que nunca andou de avião e resolveu aproveitar pra “encher a cara de graça” no avião e ainda por cima me fuma no banheiro achando o quê? Que tava no busão? Dio santo. Deveria ter uma saída de emergência pra jogar ignorantes de pára-quedas pra fora do avião.
Enfim. Após 12 horas de vôo cheguei na Itália. Saí do Brasil tava friozin, pra jaquetinha assim...chego em Milão: 34 graus. Calor pra caramba.
Aaaaaaah a Itália. Esqueça todos os filmes no estilo poderoso-chefão, casinhas idílicas no campo ou velhinhas praguejando em italiano. Na Itália o que tem mesmo hoje em dia é marroquino (ou turco, otomano, ou sei lá que diabos é a origem dessas pessoas).
Logo no aeroporto eu tento pegar um elevador, afinal eu estava com malas nada amigáveis pra carregar, logo, peguei um carrinho...de repente eu noto que o elevador estava travado e tinha pessoas dentro!!! Eu tenho medo de elevador e me coloquei no lugar das pessoas, tipo, que merda sabe? Ai eu, no meu super italiano índio tento me comunicar com um tiozinho de alguma raça acima supracitada pois ele estava com um uniforme estilo “eu trabalho no aeroporto” pra avisá-lo de que o elevador estava com problemas. Pra minha total surpresa ele se esforçou pra entender o que eu dizia e entendeu. Fiquei bem feliz e pensei: “tá agora ele vai liberar as pessoas do elevador ou chamar a assistência”. Não, o querido tiozinho me dá uma olhada daquelas e com um grande sorrisão pergunta daonde eu sou, e logo completa: Da Romênia? PutaquepariuparteII. Pra quem não sabe romenas tem um status digamos de “mulher de vida fácil” aqui na Europa. Eu respondo educadamente que não, sou do Brasil e pergunto se ele não vai liberar as pessoas do elevador e ele: “não, deixa eles aí, daqui a pouco a porta abre” Oh Dio Cristo.
Daí beleza né...achei o lugar que eu tinha que pegar o ônibus pro centro da cidade, peguei o tal do ônibus e cheguei na estação central de Milano (Milão em italiano). Desço do ônibus e de repente encontro um ser humano das raças acima supracitadas segurando minha mala!!! Tipo “quer que eu carregue pra senhora já estou colocando no carrinho?” E eu, do alto das minhas 12 horas de vôo, com fome, sono, com um calor do caralho respondo educadamente: “não obrigada” e ele insiste, não largou minha mala, dai eu perdi a vontade de ser educada, saiu um “tira a mão da minha mala seu merda, não quero, não não não” no bom e velho português. Ele não deve ter entendido bulhufas do que falei, mas minha atitude ficou bem clara porque o maldito soltou minha mala na hora. E eu ainda tinha que pegar o trem pra Verona. Como eu já tinha vindo pra Itália antes sabia como a coisa funfava e tal. Pô, belezinha né. Olhei meu horário no quadro de “Partenza”, olhei o binário e vi que saia um trem dali a 17 minutos. Fechou. Cheguei no carinha da venda de tickets e mandei o meu italiano perfeito pra essas situações. Disse que queria o trem regional (categoria mais barata na Itália) pro horário X. E o tiozinho pra testar minha paciência: “mas o horário X faltam só 15 minutos, porque você não compra o EuroCity (categoria mais cara) ou o Eurosupercaro (categoria mais cara ainda)?”. Ai vida! Agora você acha que meu italiano índio dava conta de explicar pro tio que eu queria o mais barato porque era mais barato? Lógico que não. Ai só mandei o “porque eu não quero, quero o regional” e entreguei o dinheiro. Pronto. Tiozinho me vende a passagem e eu vou feliz pegar o trem assim, logo ali, ali no binário (plataforma) 14. Putaquepariuqueraivadeserpobre! O tal do binário ficava longe pra caramba de onde eu comprei a passagem, e eu tinha que carregar duas malas comigo, e tinha 13 minutos pra fazer isso. Agora imagina a cena linda: Kaline correndo pela estação com duas malas só falando “scusi”. Mas eu consegui pegar o trem!! Hehehehe Achei o meu lugar, sentei e dai? Pô, dai eu ri pra caramba do meu jeito desajeitado né. Eu já tinha extravasado toda minha raiva nos tiozinhos, aí só sobrou alegria.

Pra mãezinha querida...

Hello people do Brasiles! =)

Então, devido ao fato de eu ser uma pessoa totalmente desnaturada e nunca dar notícias (foi mal mãe!) eu resolvi criar esse blog na tentativa de me forçar a escrever sobre o período que eu estarei aqui na Alemanha, não matando assim a minha pobre mãezinha do coração...afinal, até onde eu saiba...ela é a única interessada nas notícias! Hehehehehe

Aos que entrarem aqui de supetão, estilo “bremen intercâmbio ajuda” na busca do google: meu nome é Kaline, tenho 23 anos, sou uma estudante de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e estou realizando o meu último estágio na cidade de Bremen, norte da Alemanha, no Fraunhofer-IFAM (Fraunhofer-Institut für Fertigungstechnik und Angewandte Materialforschung ) na área de metalurgia do pó.
Como eu vou contar coisas da minha vida por aqui...pode ser que tenha algo interessante pra ajudar os “novos bremenianos”...ou não ;) hehehehe